
UNIVERSIDADE FERDERAL DO RIO GRANDE DO SUL-UFRGS
GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA A DISTANCIA-PEAD
INTERDISCIPLINA:EDUCAÇÃO COM PESSOAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESOECIAIS-EIXO VI
"Rompendo barreiras e construindo caminhos diferentes."
"No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca mais me esqueci desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas,
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra."
(Carlos Drummond de Andrade)
O poema de Carlos Drumond de Andrade nos remete ao fato de que, muitas vezes, são as pedras do caminho que demarcam os limites de nossa vida: até onde poderemos ir, de quais espaços sociais poderemos usufruir ou, até onde desejamos chegar. Padrões de organização social já estabelecidos como legítimos podem ser pedras no caminho de muitas pessoas, os caminhos de uns podem se tornar pedras no caminho de outros, violentando o direito de ir e vir das pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida, por exemplo: as escadarias que estão por aí em todos os lugares. Assim, é preciso, urgentemente, retirar as pedras do caminho para que todos nós cheguemos onde desejamos chegar e exerçamos nosso direito de ir e vir, nosso direito de acesso aos mais diversos espaços sociais e educacionais.
Estudo de Caso
Para desenvolver a atividade estudo de caso, intrevistei a mãe de um aluno da escola estadual de Porto Alegre, para coletar informações relacionadas a vida diária deste aluno que possui necessidades educacionais especiais.O tipo de deficiência do aluno, é Dificiência Mental leve, segundo relato dos laudos médicos, .."não se pode identificar as causas desta doença nesta criança,necessitando a mesma de apoio em habilidades de comunicação, em habilidades sociais, mais que em outras áreas. A deficiência deste aluno será sempre relativa em relação aos demais alunos de sua classe escolar, pois, a existência de alguma limitação funcional, principalmente nos graus mais leves, não seria suficiente para caracterizar um diagnóstico de Deficiência Mental, se não existir um mecanismo social que atribua a essa limitação um valor de morbidade. É um estado onde existe uma limitação funcional em qualquer área do funcionamento deste aluno, considerada abaixo da média geral dos outros alunos pelo sistema de ensinar e aprender onde se insere a criança, neste caso a escola. Deficiência Mental se caracteriza assim, por um funcionamento global inferior à media, junto com limitações associadas em duas ou mais das seguintes habilidades adaptativas: comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais, utilização da comunidade, saúde e segurança, habilidades escolares, administração do ócio e trabalho..."
Devido ao seu nascimento prematuro de sete meses, e sempre necessitou de tratamentos contínuas e permanetes. A família comunicou a escola que o aluno necessita tomar remédios diariamente como: Topamax25mg; Revia 50mg,... que são recomendados para evitar as situações de convulsões. Estes remédios são oferecidos pelos Postos de Saúde devido ao seu alto preço em Farmácias.O aluno não pode ficar sem medicação para evitar as crises de depressão, ansiedade, agitação psicomotora.
Se caso o aluno entrar em crise, o procedimento a ser adotadodo é, retirar a criança da sala de aula e levá-la para um local arejado, chamar a mãe com urgência para poder medicá-lo, pois a escola não possui autorização para medicar alunos.
Segundo informações da mãe, o mesmo aspirou água do parto ao nascer, ficou muitos dias na incubadora do hospital, o mesmo teve paradas respiratórias que acabou por prejudicar seu cérebro apresentando vários problemas, levando o mesmo aluno a baixos rendimentos escolares, seu desenvolvimento é lento e reduzindo em capacidades intelectuais, dificuldades de desenvolver raciocínios, organizar idéias.
Necessita de atendimentos especiais como: Fisioterapia três vezes na semana, Fonoaudióloga também três vezes na semana, clinico geral quando necessitar ou quando o médico marca o retorno da consulta, Psiquiatra desde de que nasceu uma vez a cada quinze dias.
E necessário e de extrema importância para este aluno um acompanhamento individual e contínuo, tanto por parte dos professores, da família e dos médicos que o atendem.
Felizmente a maioria das crianças deficientes mentais pode aprender muitas coisas, chegando à vida adulta de uma maneira parcialmente e relativamente independente e, mais importante, desfrutando da vida como todo mundo.
Como trabalhar com alunos com necessidades especiais?
No início fiquei insegura, quando recebi na segunda série do ensino fundamental, um aluno,hoje na sexta série, o mesmo possui a doença do gigantismo, que é um transtorno que ocorre quando a hipófise, glândula de secreção interna, passa a produzir excessivamente o hormônio do crescimento . É um quadro de crescimento desordenado, principalmente nos braços e nas pernas, sendo acompanhado de crescimento correspondente na estatura. Este aluno cresceu desordenado, braços e pernas longas, cabeça e corpo pequenos. Esta doença surgiu ainda na infância, antes da finalização do processo de calcificação, quando falhas genéticas impedem esta calcificação normal desta fase, ocorrendo uma superprodução do hormônio do crescimento, desenvolvendo assim, o quadro de gigantismo.
Os colegas de aula o descriminavam com vários rótulos, devido a desproporcionalidade de seu corpo.
No inicio do ano letivo, como não fui preparada para dar aulas para alunos deficientes, eu ensinava os conteúdos igual para todos.
Após muitos trabalhos, pesquisas e formações, concientizei-me de que todos somos diferentes, me adaptei de acordo com o rítmo de cada um, comecei a me preparar um pouco mais descobrindo, pesquisando outros métodos e técnicas pedagógicas. Isto tudo com ajuda e orientação da parte diretiva e pedagógica da escola, as necessidades dos alunos eram atendidas de acordo com o tempo e espaço de cada um.
Acredito que agindo assim, lancei meu olhar, abracei e reconheci que meu aluno é portador de deficiência e que o mesmo possui condições de fazer muitas coisas, mesmo que seja de um jeito diferente dos demais alunos
Acolhi este aluno.
Muitas vezes temos que olhar para nós mesmos e reconhecer os próprios preconceitos em relação às pessoas que tem algum tipo de deficiência.
É natural que tenhamos preconceitos, fomos ensinados assim. até bem pouco tempo os pais escondim os filhos deficientes dentro de casa, tinham vergonha de sair e enfrentar os olhares e criticas das pessoas.
Temos preconceitos contra os negros, o homossexual, o pobre, o louco, o nascimento de uma criança deficiente..
Acredito que temos medo de nos tornar deficientes, todos estamos expostos à violência cotidiana, ficamos aflitos, inquietos frente a deficiencia, não agrada nossos olhos, foge dos padrões sociais e culturais da beleza.
Os alunos com um tipo de deficiência vão precisar de um ensino mais concreto, manipular, cheirar, sentir, para construir conceitos mais abstratos, usando de novas técnicas, o professor estará beneficiando a classe toda.
Desenvolvi sempre que tinha algum aluno com necessidades especiais, a técnica de construção, usando de sucatas, porque a realidade de nossas escolas públicas, em sua maioria, não possuem materiais pedagógicos para que os professores pudessem trabalhar com etes alunos.
Alguns cuidados tenho que ter quando recebo um aluno com deficiência física e dificulddes para escrever, por exemplo, deixo as atividade mais tempo no quadro negro.
Se o aluno não conseguir segurar o lápis, tenho que pegar sua mão e auxilia-lo, muits vezes solicito ajuda aos alunos da classe, para que auxiliem o seu colega, tornando assim uma interação para a aprendizagem mútua.
CONCLUSÃO
Em primeiro lugar temos que apresentar uma proposta de mobilização social para vencer o desafio de melhorar a qualidade de ensino em especial no que se refere a inclusão, abrir a escola para alunos com necessidades especiais e de fato incluí-los, oferecendo um currículo que complete as necessidades de todos independentes de suas condições físicas.
É importante criar condições que garantam o bom desenvolvimento deste aluno.
A escola, famílias e comunidade, por meio de projetos de ações, deverão promover, oferecer esses apoios para que este processo de mobilização social realmente seja concretizado, ir em busca de participações de pessoas expecializadas na educação para a inclusão e para a diversidade, a fim de nos ajudar a trazer novas luzes sobre a inclusão.
A formação de professores e dos profissionais de serviço de apoio escolar para receber crianças com necessidades educacionais é de suma importância, dar continuidade nesta formação, valorizando estes profissionais de educação.
Todo o direcionamento tem por foco a aprendizagem do aluno com necessidade educacionais, apontando resultados concretos a serem atingidos, com acompanhamento e trabalhos individual ou em grupo, combatendo a discriminação ou evasão deste aluno, envolvendo o trabalho, de modo e interesse adequado à idade cronológica de cada um.
Estimular pais destes alunos a matriculá-los e a permanecerem na escola, valorizar quanto a ética da educação, atingindo de forma igualitária todos os alunos inseridos na escola.
A avaliação dos alunos com necessidades especiais, deve ser planejada para que mostre o progresso obtido pelo aluno, em suas habilidade mesmo que este seja muito lento, isso assegura que o aluno tenha melhor desenvolvimento em termos pessoais e sociais.
Acredito que vale a pena continuar investindo na educação e no conhecimento, que acreditamos ser principais ferramentas de transformação de uma escola de qualidade que tanto almejamos
Comments (2)
fernanda.pead@... said
at 10:21 am on Apr 29, 2009
Oi, Ivete!!
Sugiro que você faça a postagem das atividades nesta página mesmo. Podes manter os links de cada unidade, incluindo nesta página inicial as atividades referentes a cada unidade.
Um Abraço,
Fernanda
fernanda.pead@... said
at 9:02 pm on Jul 12, 2009
Olá, Ivete!
Interessante como relatas a sua vivência com alunos com necessidades especiais e como você foi construindo estratégias de intervenção e resignificando o olhar sobre esse aluno. Você destaca, em suas considerações finais, a importância da formação dos professores para o trabalho com a educação inclusiva, assim como que a comunidade como um todo esteja mobilizada para promover tal inclusão. Sinto que você poderia ter aprofundado suas reflexões em alguns pontos, como quando você fala da avaliação. Como ela poderia ser planejada? Seu dossiê demonstra o envolvimento com a proposta de trabalho da interdisciplina. Parabéns pelo trabalho!
Abraços,
Fernanda
You don't have permission to comment on this page.